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Conteúdo A Afirmação do Pai – Lidando Com o Espírito de Orfandade

A Afirmação do Pai – Lidando Com o Espírito de Orfandade

A vida, em sua essência, é uma jornada, muitas vezes árida e repleta de desafios. Em meio aos desertos da existência, a alma humana clama por algo mais, por uma fonte que possa saciar sua sede mais profunda e duradoura. É nesse anseio que o Salmo 63, um cântico de Davi, ressoa com uma intensidade ímpar: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; o meu corpo te almeja como terra árida, exausta, sem água.” (Salmo 63:1).

Este Salmo não é apenas um lamento no deserto de Judá; é um brado de busca, uma declaração de prioridade em meio à perseguição. Davi, em sua vivência no deserto, demonstra uma fome por Deus que transcende qualquer medo. A autenticidade de Davi nos Salmos é notável: ele não esconde suas emoções, lutas ou dores, mas as derrama diante de Deus, buscando-O com uma intensidade que o transforma. Essa busca incessante nos convida, hoje, a uma experiência mais profunda com o Espírito Santo, a um encontro que transcende a religião e se torna um relacionamento vibrante e transformador.

A fome da alma, como uma terra ressequida clama por água, é o termômetro de nossa saúde espiritual. Somente Deus pode satisfazer essa sede. Agostinho de Hipona expressou essa verdade eterna: “Tu nos criaste para ti, e os nossos corações estarão inquietos enquanto não repousarem em ti.” Ele é o “Deus Forte”, o “Elohim”, o Deus pessoal de Davi, Aquele a quem nossa alma pertence.

Contudo, é crucial entender que ter as promessas de Deus não significa, por si só, ter a Sua presença. Moisés aprendeu essa dura lição no deserto, recusando a Terra Prometida sem a presença de Deus (Êxodo 33:15). Sua atitude nos ensina que a comunhão com Deus é mais importante do que qualquer bênção isolada. Muitos, buscando em outros lugares o que só pode ser encontrado Nele, perdem a oportunidade de uma experiência de mergulho profundo.

O Poder da Presença em Ação: Transformação e Glória

“Assim eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória” (Salmo 63:2). Mesmo no deserto, Davi fez daquele lugar seu santuário, compreendendo que o acesso à força e glória de Deus é espiritual, acessível pela fé em qualquer lugar. A intimidade com Deus nos empodera e nos infunde coragem, transformando-nos de uma forma que nos capacita a vencer batalhas internas e externas. A Igreja Primitiva, em sua intimidade com Deus, orava e as paredes tremiam (Atos 4:31), demonstrando que a intimidade nos transforma para o bem.

A presença de Deus em nossa vida nos capacita a brilhar em meio às trevas, transformando-nos ao contemplarmos a glória do Senhor (2 Coríntios 3:18). Nossas vidas transformadas são o melhor testemunho e a melhor propaganda. A graça de Deus é melhor do que a própria vida (Salmo 63:3), e o louvor a Ele não é uma opção, mas a essência de quem somos em nossa natureza renovada.

Davi transformava a solidão e a insônia das noites em períodos de meditação e oração, encontrando ali uma profunda satisfação. Se você se encontra acordado durante a noite, pode ser um chamado de Deus para um momento devocional, um convite para batalhar no “quarto de guerra” e ver a vida melhorar. A presença de Deus nos auxilia e nos abriga à sombra de Suas asas, sustentando-nos com Sua destra. Nossas almas se apegam a Ele, e essa adesão firme nos faz corajosos.

Mesmo que a comunhão com Deus não remova os problemas, ela nos dá a certeza da vitória. Inimigos que buscam destruir a vida serão lançados na destruição no tempo de Deus. Aqueles que confiam em Deus se alegrarão e a boca dos que proferem mentiras será fechada.

O Chamado à Intimidade: Da Orfandade à Filiação

O Salmo 63 nos conduz a um entendimento profundo da nossa identidade em Deus. Muitas vezes, a alma humana, marcada pela orfandade (não apenas pela ausência paterna física, mas pela disfunção e não afirmação), busca compensações em vícios, performance, ou na manipulação de pessoas. O espírito órfão manifesta insegurança, ciúmes, e a necessidade de controlar, tentando preencher um vazio que apenas o Pai Celestial pode saciar.

No entanto, há uma verdade libertadora: em Cristo, somos filhos amados, herdeiros. O próprio Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus (Romanos 8:15-16). Essa filiação nos dá a segurança para servir sem precisar de validação externa, e nos permite amar e aceitar, superando a competição e a busca por aprovação através de obras.

Deus nos convida a ir mais fundo em Sua presença. Se O buscarmos com um coração sedento, Ele se deixará encontrar. É tempo de despertar a fome por Deus, protegê-la do “lixo cultural” e do excesso de informações que nos distraem. Um cristão precisa vencer a inércia e a gravidade espiritual, pois um movimento na terra tem um correspondente no céu. Os céus esperam as ordens da Terra.

Abrace a sua vocação de intercessor. Que o Espírito de graça e de súplicas seja derramado, movendo as montanhas e as águas, trazendo a expressão da vontade de Deus cumprida em todas as áreas da sua vida: família, finanças, negócios, corpo, alma, espírito, e na sua nação. Que a Comunidade das Nações seja uma igreja de intercessores poderosos.

Busque a Deus de verdade, com profundidade e exatidão. Permita que Seu amor incendeie sua alma. Confie que Ele desatará o que estava preso, liberará vitórias que já são suas e derrotará seus inimigos. Abrace a promessa de que Deus o abençoará nessa busca e operará em você o querer e o realizar de Sua boa vontade. O temor do Senhor é o nosso tesouro, trazendo estabilidade e abundância de salvação.

Por: CN Conteúdo

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