O primeiro Painel da CG 23 foi conduzido pelo nosso bispo JB Carvalho, que abordou os desafios de cativar e formar as próximas gerações em um contexto de marxismo cultural, destacando a Escola de Frankfurt, uma associação de pensadores com a intenção de orientar as gerações subsequentes para o progressismo, o socialismo e a visão de mundo de esquerda.
Se a sua teologia não afeta a sua geografia, o que você vive é uma hipocrisia.
Jackson Antonio
JB Carvalho provocou o Painel afirmando que a igreja está pronta para dar o troco e reconquistar as gerações perdidas, apresentando os pastores especialistas que participaram do Painel: o autor e palestrante Marcelo Toschi, o missionário Jackson Antonio e o autor e teólogo Henrique Schmitt.
- Primeiramente, ele perguntou aos painelistas sobre como eles veem essa batalha de culturas. Estamos vencendo ou perdendo essa guerra? Será que o cristianismo ganhará a dianteira para conquistar as mentes das próximas gerações?
Marcelo Toschi respondeu primeiro, expressando a impressão de que estamos vencendo. Ele falou sobre como o jornalismo tradicional pode distorcer a percepção daqueles que apenas se alimentam dele, dando o exemplo da impressão de que o islamismo está crescendo e prevalecerá sobre o cristianismo em breve. Baseando-se em sua experiência em países árabes, ele destacou o impressionante crescimento do cristianismo em nações muçulmanas.
No Egito, a igreja está experimentando um crescimento surpreendente. Pastores de países fechados ao cristianismo testemunham que Jesus está se revelando a seus compatriotas por meio de sonhos e visões, resultando em um grande número de conversões. Pessoas que nunca frequentaram uma igreja ou lido a Bíblia têm entrado em contato com Jesus Cristo e se convertido.
Em seguida, Jackson Antonio compartilhou sua experiência em Londres. Na Europa, segundo Jackson, histórias incríveis de conversão estão acontecendo. Membros de famílias que praticam o islamismo de forma radical estão tendo visões de Deus e se convertendo às igrejas cristãs. Esse fenômeno não se limita aos países árabes, alcançando até mesmo a Índia.
- JB Carvalho continuou a condução do Painel perguntando sobre a cruzada contra o dispensacionalismo, uma doutrina que tende a gerar comodismo e conformismo naqueles que a abraçam. Estamos vencendo o dispensacionalismo ou estamos sendo “deixados para trás”?
Henrique Schmitt compartilhou sua jornada para combater essa doutrina escapista e que traz uma visão pessimista de mundo. Ele destacou que não é necessário esperar o pior para ter uma teologia alinhada com a Bíblia. Schmitt argumentou que é crucial adotar uma visão apostólica do Apocalipse e mencionou que nos Estados Unidos a visão dispensacionalista está perdendo terreno.
Em seguida, nosso bispo comentou sobre o cristianismo de fim de semana, onde todos se empolgam no domingo, mas ficam anestesiados na segunda-feira. Crítico da cultura de praticar o cristianismo apenas nos templos, de forma isolada e momentânea, ele instigou os presentes a refletirem sobre a missão que Jesus nos comissionou. Como as igrejas cristãs estão cumprindo a missão de ocupar espaços importantes na sociedade? Como evitar tornar-se uma subcultura isolada dentro das paredes dos templos? Como está a missão de discipular as nações?
- Em seguida, ele fez a terceira pergunta ao painel. Ele explicou que a visão de mundo dispensacionalista implica em um pessimismo que faz com que as pessoas não busquem ser a solução que o Senhor deseja que elas sejam. Muitos acabam cruzando os braços, acreditando que o mundo inevitavelmente terá um fim trágico. Isso atribui à escatologia um papel crucial na conduta dos cristãos. Assim, ele questionou se a próxima reforma será uma reforma escatológica? Ou se já passamos por uma reforma na escatologia?
Toschi respondeu expressando o desejo de que sua igreja viva em avivamento até a volta de Cristo. A missão nunca pode ser esquecida, e o Senhor tem operado de maneira poderosa e visível em todos os lugares. Dessa forma, não faz sentido manter uma visão escapista, isolando-se dentro da igreja à espera do final dos tempos.
Ele também abordou estratégias para conquistar a geração Z (a mais recente, nascida próximo ao ano 2000), que tem se afastado da igreja. Toschi reconheceu essa tendência global e a necessidade de a igreja desenvolver estratégias para envolver e cativar essa geração, destacando que algumas igrejas já estão enfrentando esse desafio com sucesso.
JB Carvalho complementou que, em relação à expansão dessa visão de mundo, a Europa tem recebido reforços de igrejas latinas e africanas, compensando a estagnação e o comodismo das igrejas locais. Ele enfatizou que o sucesso em conquistar essas gerações mais modernas passa por uma reforma na visão escatológica, criando um ambiente que ofereça propósito aos jovens.
Schmitt adicionou dois pontos à questão: a necessidade de dar uma direção profética às próximas gerações e de apresentar-se corretamente como representantes de Cristo por meio da manifestação de sinais e feitos sobrenaturais desvinculados do misticismo moderno. É o sobrenatural e o otimismo profético que atrairão esse povo. Não basta apenas uma reforma de pensamento; é necessário apresentar a igreja com sua unção e graça.
A igreja está cheia dessa gente que não se converteu a Jesus de fato, mas que se converteu a uma religião, a uma festa. Enquanto o chamado da igreja é o de discipular nações. E discipular nações envolve ser uma igreja fora dos portões, das quatro paredes. O cristianismo não pode ser reduzido aos cultos dominicais. Seu cristianismo tem que ser vivido lá fora. Isso é ser apostólico. E ser apostólico exige uma escatologia apostólica também, onde existe sim um futuro. Existe um futuro e o futuro é melhor que o nosso passado. O futuro é glorioso. É a promessa da vitória de Jesus, a promessa da vitória da igreja.
JB Carvalho
Nosso bispo concluiu com uma mensagem positiva, afirmando que Jesus está sentado no trono até que todos os seus inimigos sejam postos sob o estrado dos seus pés. Inevitavelmente, todos os inimigos de Jesus serão postos aos pés de Jesus nas próximas décadas.
por Henrique Guilherme/CNConteúdo